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sexta-feira, 2 de abril de 2010

LIÇÃO 01 JEREMIAS, O PROFETA DA ESPERANÇA

INTRODUÇÃO

Apesar de ser um homem compassivo e profundamente sensível, Jeremias foi chamado para uma difícil tarefa: proclamar o julgamento divino contra a nação de Judá. Ao contrário do apelo de Isaías, para que confiassem na libertação e livramento do Senhor, a mensagem de Jeremias era que a nação deveria submeter-se ao julgamento do Senhor, aceitando o cativeiro da Babilônia, para que a cidade e a nação fossem salvas da destruição total. Mas, o povo não compreendeu a mensagem do profeta, e o acusou de traidor da nação.

I - A ORIGEM SACERDOTAL DO PROFETA JEREMIAS

Jeremias, cujo nome significa “O Senhor estabelece” nasceu por volta de 647 a.C. na cidade de Anatote e era filho do sacerdote Hilquias (Jr 1.1). Como filho de sacerdote, Jeremias recebeu de seu pai uma educação centralizada em uma vida de comunhão e dedicação a Deus, e pôde aprender, desde a infância, sobre o dever de amar, temer e servir a Deus. Além disso, ele foi contemporâneo do rei Josias (Jr 1.2), o que nos leva a crer que ele também foi influenciado com a reforma e o avivamento espiritual que ocorreu com a nação, durante o reinado de Josias (II Cr 34).

II - A VOCAÇÃO DE JEREMIAS

Jeremias foi escolhido por Deus para o ministério profético, antes mesmo do seu nascimento: “Assim veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta” (Jr 1.4,5); e foi chamado para o ministério profético no décimo terceiro ano do reinado de Josias (Jr 1.2). Porém, sentiu-se receoso e tentou esquivar-se da missão (1.6). Porém o Senhor lhe disse: “Não digas: Eu sou uma criança; porque, aonde quer que eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, dirás” (Jr 1.7). O Senhor, então, lhe fez algumas promessas:

“Não temas diante deles; porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor” (Jr 1.8). Não sabemos, exatamente, os motivos do temor e preocupação de Jeremias. Talvez, por ser ainda jovem, temesse a rejeição ou incredulidade do povo quanto a sua mensagem; ou até mesmo algum tipo de perseguição. Mas, Deus lhe mostrou que não existia motivos para temores, pois o Senhor seria com ele, para o livrar.

“Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (Jr 1.9). Jeremias não tinha motivos pra se preocupar com o que dizer ao povo, pois, o próprio Deus se encarregou de colocar as Suas palavras em sua boca. Na verdade, o verdadeiro profeta é aquele transmite a palavra de Deus ao povo, ou seja, que fala em nome de Deus.

“… eu velo sobre a minha palavra para a cumprir” (Jr 1.12). O cumprimento das profecias também não deveriam ser motivos de temor ou de preocupação do profeta, pois, Aquele que o chamou, é fiel e poderosos para cumprir com a Sua palavra; por isso, o próprio Deus lembrou a Jeremias a sua fidelidade.

É como se Deus estivesse dizendo ao profeta: “Você não tem motivos para temer, pois, Eu estou contigo, coloco as minhas palavras na sua boca e sou fiel para cumprir com a minha palavra”.

III - O ESTADO CIVIL DE JEREMIAS

Jeremias não se casou, pois o senhor o proibiu que o fizesse: “Não tomarás para ti mulher, nem terás filhos nem filhas neste lugar” (Jr 16.2). Mas, devemos entender que trata-se de um caso específico, e não um mandamento para todos os profetas. Deus ordenou que o profeta não se casasse, como um sinal, para o povo, da destruição de Jerusalém; bem como, para poupar o profeta de maiores sofrimentos. Por isso, Deus lhe diz: “Porque assim diz o Senhor, acerca dos filhos e das filhas que nascerem neste lugar, acerca de suas mães, que os tiverem, e de seus pais que os gerarem nesta terra: Morrerão de enfermidades dolorosas, e não serão pranteados nem sepultados; servirão de esterco sobre a face da terra; e pela espada e pela fome serão consumidos, e os seus cadáveres servirão de mantimento para as aves do céu e para os animais da terra” (Jr 16.3,4).

IV - A POSTURA PROFÉTICA DE JEREMIAS

Jeremias viveu em um período de declínio e queda do reino de Judá. Ele recebeu, da parte de Deus, a difícil tarefa de advertir a nação sobre a invasão de uma nação estrangeira e, consequentemente, a destruição de Jerusalém. Os falsos profetas, porém, anunciavam exatamente o contrário da predição de Jeremias, pois, segundo eles, haveria paz na nação (Jr 23.17). No entanto, a exatidão das palavras de Jeremias eram tão grandes que os seus compatriotas sentiam que, de algum modo, ele era responsável pelos acontecimentos adversos. Por isso, ele foi rejeitado, perseguido, preso e lançado em uma cisterna, como se fosse um malfeitor. Vejamos:

4.1 Rejeitado por seus vizinhos. Até mesmo os homens de Anatote, seus conterrâneos, conspiravam contra ele, com o intuito de tirar-lhe a vida, para que não mais profetizasse: “Portanto, assim diz o Senhor acerca dos homens de Anatote, que procuram a tua morte, dizendo: Não profetizes no nome do Senhor, para que não morras às nossa mãos” (Jr 11.21).

4.2 Rejeitado por sua família. Jeremias foi advertido pelo Senhor a não confiar nem mesmo em sua família, pois eles mesmos, eram contra ele: “Porque até os teus irmãos, e a casa de teu pai, eles próprios se hão deslealmente contigo; eles mesmos clamam após ti em altas vozes. Não te fies neles ainda que te digam coisas boas” (Jr 12.6).

4.3 Rejeitado pelos sacerdotes. Pasur, Filho de Imer, o sacerdote, que havia sido nomeado presidente na casa do Senhor, quando ouviu Jeremias profetizando, feriu a Jeremias e o colocou no cepo: “E feriu Pasur ao profeta Jeremias, e o meteu no cepo que está na porta superior de Benjamim, a qual está na casa do Senhor” (Jr 20.2).

4.4 Rejeitado pelo povo. Não apenas a sua família, os seus vizinhos e os sacerdotes, mas todo o povo o rejeitou: “E sucedeu que, acabando Jeremias de dizer tudo quanto o Senhor lhe tinha ordenado que dissesse a todo o povo, pegaram nele os sacerdotes, e os profetas, e todo o povo, dizendo: Certamente, morrerás. Porque profetizaste no nome do Senhor, dizendo: Será como Siló esta casa , e esta cidade será assolada, de sorte que fiquem sem moradores? E ajuntou-se todo o povo contra Jeremias, na casa do Senhor” (Jr 26. 8,9).

4.5 Lançado na prisão e em uma cisterna. Jeremias não foi apenas rejeitado, mas também colocado na prisão (Jr 37.15,16) e, posteriormente, em uma cisterna (Jr 38.6), por falar em nome de Deus. Os líderes de Judá, ao invés de darem ouvidos as palavras de Deus, por intermédio de Jeremias, preferiram açoita-lo e prendê-lo. Mas, nem mesmo a prisão pôde impedir que Jeremias cumprisse a sua missão.

Apesar de toda perseguição e sofrimentos, Jeremias nunca se esquivou da tarefa que recebera do Senhor. Nem mesmo os açoites, prisões e ameaças de morte o fizeram vacilar na sua fidelidade ao Senhor e na entrega da mensagem divina, pois, ele tinha consciência de sua missão. Por isso, serviu ao Senhor, com grande zelo, até o fim de sua vida.

V - POR QUE JEREMIAS É CONSIDERADO “O PROFETA DA ESPERANÇA”?

Apesar de sua mensagem ter um caráter condenatório, devido a pecaminosidade da nação, Jeremias também profetizou uma mensagem de esperança para Judá (Jr 3.16-18; 12.14,15; 23.3-8; e os capítulos 30 a 33). Tais referências relacionam-se com as alianças entre o Senhor e os antepassados de Israel, as quais garantiram a continuação da casa de Jacó e da linhagem real de Davi (Jr 33.26). Mesmo numa época em que já não havia justiça no país, e o paganismo estava se proliferando a cada dia, o Senhor assegurou, por intermédio do profeta Jeremias, que suas alianças eram tão invioláveis quanto o fato natural de o dia seguir a noite (Jr 31.36,37; 33.20-26).

CONCLUSÃO

Profetizar nos dias de Jeremias não era uma tarefa fácil. O povo havia se rebelado contra Deus e, por isso, não reconheceu seu mensageiro. Lamentavelmente, Jeremias foi desacreditado, rejeitado e considerado um traidor, por aconselhar a submissão da nação à Babilônia. Ao que tudo indica, ele não viu sequer uma única pessoa converter-se do seu pecado, ao longo do seu ministério de mais de quarenta anos; porém, depois de sua mensagem e julgamento serem cumpridos na íntegra, o povo o reconheceu como um verdadeiro profeta do Senhor, embora que isto tenha ocorrido tarde demais.

Por: Pr. Ailton José Alves